ATA DA NONAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 20-10-2008.

 


Aos vinte dias do mês de outubro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, João Bosco Vaz, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Professor Garcia. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/08 (Processo n° 4677/08); pelo Vereador Dr. Goulart, o Projeto de Lei do Legislativo nº 236/08 (Processo nº 5795/08); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 235, 238 e 240 (Processos nos 5777, 5830 e 5832/08, respectivamente). Também, foi apregoado o Ofício nº 874/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 051/08 (Processo nº 5945/08). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 1060541, 1078055 e 1078250/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Septuagésima Oitava e Septuagésima Nona Sessões Ordinárias. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor José Celso Aquino Marques, que, em nome da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – AGAPAN –, discorreu acerca da forma como deve ser organizada a revitalização da Orla do Guaíba, citando cidades nas quais foram adotadas práticas ambientalistas consideradas deletérias pela AGAPAN. Em relação ao assunto, ressaltou a posição contrária dessa entidade ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, que altera o regime urbanístico da área denominada Pontal do Estaleiro. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Antonio Dib, Margarete Moraes e Haroldo de Souza manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na ocasião, o Senhor Presidente determinou à Diretoria Legislativa que providenciasse cópias do pronunciamento do Senhor José Celso Aquino Marques, em Tribuna Popular, para serem distribuídas aos Senhores Vereadores. Às quatorze horas e vinte e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e vinte e três minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maria Luiza, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do trigésimo aniversário da Fundação de Assistência Social e Cidadania – FASC –, nos termos do Requerimento nº 084/08 (Processo nº 5581/08), de autoria do Vereador Dr. Goulart. Compuseram a Mesa: o Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Carla Zambiasi, representando a FASC; o Senhor André Imar Kulczynsky, Diretor-Presidente da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre – PROCEMPA. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, do Major José Oiticica, representando o Comando Militar do Sul, e da Senhora Célia da Silva Pinto, Presidenta da Associação dos Funcionários da FASC. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Luiza historiou a criação e a evolução da Fundação de Assistência Social e Cidadania, referindo-se às alterações legais que levaram essa autarquia ao status de entidade de direito público voltada ao atendimento da população em vulnerabilidade social. Nesse sentido, apoiou o trabalho atualmente desenvolvido para que lá seja implantado o Sistema Único de Assistência Social, a funcionar de maneira semelhante ao Sistema Único de Saúde. Às quatorze horas e trinta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Carla Zambiasi, que agradeceu a homenagem ora prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni, em tempo cedido pelo Vereador Guilherme Barbosa, reproduziu denúncias recebidas por Sua Excelência, referentes a assédio moral praticado pelo Governo Municipal a funcionários do Programa de Saúde da Família identificados com Partidos políticos de oposição. Ainda, apelou ao Vereador Professor Garcia, Líder do Governo, para que interceda junto ao Executivo Municipal sobre esse tema. O Vereador José Ismael Heinen atribuiu o assédio moral à quantidade de cargos de confiança existentes na Administração Pública, sustentando que o aumento do número de funcionários de carreira reduziria esse fenômeno. Também, pronunciou-se acerca da necessidade de que os Executivos regulamentem legislações aprovadas pelos Legislativos, mencionando especialmente leis estaduais que, segundo Sua Excelência, promoveriam melhoras na área de segurança pública. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen protestou contra as indenizações e pensões para anistiados políticos, considerando que o Ministério da Justiça tem concedido esse benefício somente aos correligionários políticos do Governo Federal. Nesse sentido, julgou contraditório que não existam verbas governamentais para pagamento de pensões a familiares de vítimas de homicídios e reiterou que as leis devem ser regulamentadas para sua correta aplicação. A seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e do Professor Marcelo Mello e das Professoras Rosilene e Carmem Dal Logo, da Escola Estadual de Ensino Médio Inácio Montanha, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar da Sessão Plenária do Estudante, atividade que integra o Projeto de Educação Política, coordenado pelo Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste, citando homenagem hoje prestada por esta Casa à FASC, comentou pesquisa efetuada por essa Fundação, acerca do número de moradores de rua existentes em Porto Alegre. Nesse sentido, questionou políticas dos Governos Municipal e Estadual para atendimento dessa parcela da população, asseverando que se observa uma tendência de criminalização dos movimentos sociais que atuam no Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes rechaçou ação da Brigada Militar, contra manifestação de bancários, no dia dezesseis de outubro do corrente, criticando as práticas adotadas pelo Coronel Paulo Roberto Mendes no Comando-Geral dessa instituição e questionando as políticas estadual e municipal na área de segurança pública. Além disso, asseverou que o Governo Municipal adota critérios ideológicos na definição dos eventos culturais patrocinados, referindo-se a acusações de assédio moral a funcionários da Secretaria Municipal de Cultura. O Vereador João Antonio Dib discorreu sobre as condições em que atualmente se encontra Porto Alegre, em termos de administração pública, lembrando que no período em que o Partido dos Trabalhadores esteve à frente do Executivo Municipal a Cidade não era melhor do que é hoje, especialmente em termos de políticas para menores em situação de rua e nas questões da segurança pública e do funcionalismo. Também, protestou contra a edição de Medidas Provisórias por parte do Governo Federal. O Vereador Elói Guimarães teceu considerações a respeito da crise mundial verificada em decorrência das oscilações nas bolsas de valores internacionais, afirmando que estudiosos do assunto estão prevendo, para o ano que vem, grande recessão e dificuldades econômicas em quase todos os países. Nesse contexto, ressaltou que o crescimento do Brasil, verificado nos últimos anos, será afetado e que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul deve se prevenir contra essa situação. O Vereador Luiz Braz defendeu as ações do Coronel Paulo Roberto Mendes à frente da Brigada Militar, sustentando que a situação de violência verificada hoje no Estado é decorrência, entre outros fatores, do excesso de liberalidade pregado pelos Partidos considerados de esquerda nos últimos anos. Ainda, protestou contra as indenizações pagas a anistiados políticos, alegando que o dinheiro gasto nessas indenizações são muito altos e deveriam ser destinados em benefício de toda a população. O Vereador Ervino Besson classificou como injustas críticas ao Prefeito José Fogaça hoje formuladas pelo Vereador Aldacir Oliboni, em Comunicações, elogiando as relações vigentes entre o Executivo e o Legislativo Municipal. Ainda, comentou concurso realizado no dia dezoito de outubro do corrente, no Salão Amparo Santa Cruz, para escolha da Rainha e das Princesas da 24ª Festa do Pêssego de Porto Alegre. A Vereadora Maristela Maffei, asseverando que os movimentos de mobilização popular não podem ser responsabilizados pelos índices de criminalidade e violência observados na sociedade contemporânea, contestou procedimentos seguidos pelo Coronel como Comandante-Geral da Brigada Militar. Também, manifestou-se acerca da campanha eleitoral empreendida pelos candidatos a Vereador e Prefeito nas eleições municipais deste mês no Rio Grande do Sul. Na ocasião, o Vereador Ervino Besson formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento da Vereadora Maristela Maffei, em Comunicação de Líder, tendo se manifestado a respeito a Vereadora Maristela Maffei. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Mauro Zacher comentou reportagem da edição de hoje do jornal Zero Hora, intitulada “Jovem é vítima de bala perdida em festa”, relativa ao homicídio do estudante Igor Santos Carneiro. Da mesma forma, aludiu à forma como os jovens são constantemente expostos à violência, atentando para a necessidade de uma atenção mais efetiva dos órgãos públicos no referente à fiscalização de eventos festivos e de casas noturnas estabelecidas em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, a Vereadora Maria Celeste apresentou dados atinentes à Lei Complementar Municipal nº 318/94, que cria o Conselho Municipal de Transportes Urbanos em Porto Alegre. Além disso, questionou a atuação do Coronel Paulo Roberto Mendes como Comandante-Geral da Brigada Militar, ressalvando que as críticas efetuadas por Sua Excelência neste Legislativo referem-se a ações implantadas por esse militar e não à instituição Brigada Militar. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 117/08, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Beto Moesch, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, do dia quinze ao dia dezessete de outubro do corrente, no lançamento do Projeto Promovendo Políticas de Construção Sustentável na América do Sul, promovido pelo Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais e pelo Secretariado para América Latina e Caribe, em Buenos Aires, Argentina. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia quatorze ao dia dezesseis de outubro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador Professor Garcia saudou a redução ocorrida no número de crianças em situação de rua em Porto Alegre, destacando que parcela desses menores moram em áreas da Região Metropolitana. Além disso, manifestou-se acerca de denúncias apresentadas durante a presente Sessão pelo Vereador Aldacir Oliboni, no período de Comunicações, de ocorrência de casos de ameaça e perseguição a funcionários de órgãos públicos do Município. Às dezesseis horas e um minuto, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Guilherme Barbosa, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Claudio Sebenelo e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. José Celso Aquino Marques, representando a Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural -, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à orla do Guaíba.

 

O SR. JOSÉ CELSO AQUINO MARQUES: Boa-tarde, eu estou aqui como representante da Presidenta da Agapan, a Professora Edi Xavier Fonseca está impossibilitada por razões profissionais de comparecer a esta Sessão. Inicialmente, eu gostaria de saudar a presidência da Casa; o nosso decano e ex-Prefeito, Ver. João Antonio Dib, que eu acho que é o mais antigo Vereador de Porto Alegre atualmente, e os demais Vereadores aqui presentes. Eu passo a fazer a leitura de um texto da Agapan e gostaria, inclusive, de passar a cópia deste texto para a presidência da Casa, para que o disponibilize aos demais Vereadores. (Lê.):

“A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, Agapan, ocupa esta Tribuna Popular na Câmara de Vereadores de Porto Alegre em seu próprio nome e também por delegação do Fórum Municipal de Entidades. O que nos faz comparecer a esta Tribuna Popular é a nossa preocupação com a preservação da orla do Guaíba como parte inalienável do patrimônio público da coletividade porto-alegrense e gaúcha. Enfatizamos que a preservação da orla do Guaíba é uma posição também definida e defendida pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB/RS - e pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio Grande do Sul - SENGE/RS -, entre outras entidades.

A orla do Guaíba é uma das mais valiosas e mais importantes áreas em termos paisagísticos e da ecologia urbana do Município de Porto Alegre. Trata-se de uma área de valor incomensurável, cuja progressiva privatização representa uma perda irreversível de potencialidades para a manutenção e a melhoria da qualidade de vida. Nos últimos anos, Porto Alegre tem perdido pontuação na classificação mundial das cidades com a melhor qualidade de vida. A continuação das tendências atuais de ocupação crescente dos espaços públicos urbanos e paisagísticos, atualmente, nos coloca na contramão da história. Nós, ecologistas, não somos passadistas, mas olhamos para o futuro com olhos no presente. E o que vemos no presente é paradoxal. Constatamos que, do ponto de vista ecológico, nosso aparente ‘atraso’ hoje nos coloca mais perto dos ideais que os países ditos ‘desenvolvidos’ estão buscando.

Portanto devemos ser lúcidos e aproveitarmos o que ainda nos resta de natureza. Não temos a necessidade de imitar os países ditos desenvolvidos em tudo o que fazem e fizeram. Assim não precisaremos, no futuro próximo, criar uma praia artificial à margem do Guaíba, tal como ocorre hoje em Paris. A Prefeitura da ‘Cidade Luz’, há cinco anos, no verão, coloca areia, vegetação, arbustos, piscinas e equipamentos de lazer, [em uma extensão de 3 km] na margem do rio Sena, para que a população possa fazer de conta que está vivendo em contato com a natureza.

Outros exemplos deletérios de ocupação de orlas, mais próximos de nós, podem ser mencionados: Camboriú, Recife, Copacabana. Entretanto, atualmente, ainda vemos entre nós os últimos remanescentes de uma concepção de desenvolvimento ultrapassada e insustentável que preconizam a intensificação da ocupação urbana na orla do Guaíba, ignorando completamente as numerosas lições que o mundo nos oferece como exemplos a não serem seguidos.

A escala de tempo da vida de uma cidade tem uma duração incomparavelmente maior do que a vida de indivíduos, de gerações e até de coletividades e países. Por essa razão as leis que disciplinam a utilização dos espaços de uma cidade devem prever os seus efeitos diretos e colaterais por décadas, séculos e até milênios. Os exemplos brasileiros, citados anteriormente, evidenciam a omissão e o imediatismo irresponsável dos Legislativos Municipais da época. Sobretudo evidenciam perversidade institucional e o fracasso em promover a proteção legal dos interesses da coletividade diante da avidez da especulação imobiliária sobre o patrimônio público. Portanto, quando o que está em pauta é a Lei Orgânica Municipal, a legislação maior do Município, referente à orla do Guaíba, chamamos a atenção para a imensa responsabilidade que recai sobre os ombros dos Srs. Vereadores de Porto Alegre.

Sobretudo chamamos a atenção para o encaminhamento do Legislativo Municipal em relação à Ponta do Melo. O Projeto do Pontal do Estaleiro, previsto para aquela área, abre um precedente legal que ameaça ou o que ainda resta da orla do Guaíba como patrimônio público. Trata-se da constatação de que a orientação que preside este Projeto - e vincula-se a outras iniciativas que estão em andamento - representa o total descumprimento da Lei Orgânica do Município, bem como do Estatuto da Cidade. O que estamos vendo é a tentativa de adaptar a lei aos interesses privados, quando estes é que devem se adaptar à legislação.

O que estamos vendo é o nosso Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre sendo constantemente retalhado, adulterado e descaracterizado através das mudanças aprovadas pelo Legislativo Municipal; estamos presenciando um retrocesso institucional e legal diante da progressiva perda das funções normativas do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental em detrimento do interesse público para beneficiar os interesses privados da especulação imobiliária e da construção civil.

Lembramos que há vinte anos, depois de uma das maiores mobilizações populares da história de Porto Alegre, esta Câmara de Vereadores aprovou a desafetação de parte da orla do Guaíba, condição que possibilitaria a sua privatização. Essa privatização só não aconteceu graças ao processo democrático de participação popular na Constituinte Municipal de 1990, que discutiu e elaborou as novas diretrizes legais que estão contidas na Lei Orgânica Municipal de Porto Alegre. Portanto a orla do Guaíba ainda é um patrimônio público da nossa Cidade devido à incansável vigilância da sociedade civil organizada.”

Para finalizar, diante destes fatos, perguntamos: afinal, qual o compromisso efetivo que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre tem com a preservação do nosso patrimônio público e com a qualidade de vida da presente e das futuras gerações? Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido o Sr. José Celso Aquino Marques a fazer parte da Mesa. Solicito à Diretoria Legislativa, Dr. Luiz Afonso, que possa reproduzir cópias do texto aos Srs. Vereadores, para socializar as informações da Associação.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; meu caro Dr. José Celso Aquino Marques; Srs. Vereadores; Sras. Vereadoras; meus senhores e minhas senhoras, quero dizer que eu não estou fazendo defesa nenhuma do Pontal do Estaleiro, nem estou me manifestando contrariamente. Agora, quando a Agapan fala, é uma espécie, para mim, de lei. Portanto não dá para confundir propriedade privada com propriedade pública.

A área do Estaleiro Só era propriedade privada e é propriedade privada, não é propriedade pública, tanto que foi vendida. Então eu gostaria de fazer apenas esse reparo ao pronunciamento do nobre representante da Agapan. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Presidente Sebastião Melo, Sr. José Celso Aquino Marques, representando a Agapan, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós queremos dizer que, desde o início, mas sempre refletindo e analisando muito esse trabalho, nós manifestamos uma grande contrariedade com este Projeto denominado Pontal do Estaleiro, que foi o mais polêmico surgido nesta Casa, neste ano, porque certamente, se, por acaso, for aprovado e implantado, causará grande mal à Cidade, em nome desse progresso, o qual nós consideramos devastador. Este Projeto ignora o passado, não faz um elo com o passado na compreensão do presente, porque ignora um patrimônio ambiental e cultural que, na verdade, são garantidores de um futuro saudável e auto-sustentável para nossa Cidade. Nós, da Bancada do PT, amamos nossa Cidade; queremos, sim, revitalizar aquela área, não gostamos de vê-la nessa situação, mas mantendo suas características, sua identidade naquele espaço especialíssimo, e, exatamente por isso, ele não pode ser descaracterizado em sua riqueza cultural e sua riqueza ambiental. Portanto parabéns à Agapan por sua cidadania, por sua postura em defender o espaço público de Porto Alegre. Parabéns! (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Meu caro Sr. José Celso Aquino Marques, da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, eu vou ser bastante rápido para dizer apenas que o contraditório é muito importante na decisão das coisas importantes da Cidade. Eu, a exemplo da Verª Margarete Moraes, também amo Porto Alegre e, para ela, vou querer sempre o melhor.

Agora, é muito difícil para os Vereadores influírem na decisão de uma propriedade privada em Porto Alegre. E, acima disso, e mesmo que não fosse, no pensamento que tenho a respeito da cidade de Porto Alegre, pelo pouco que eu conheço do mundo, eu gostaria muito, sim, que o Pontal do Estaleiro fosse um Projeto aprovado nesta Casa. Mas respeito o contraditório. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço as manifestações das Bancadas.

Mais uma vez, em nome dos demais Vereadores, agradeço a presença da Agapan, através do Sr. José Celso Aquino Marques, trazendo a esta Casa um tema recorrente, que, talvez, tenha produzido uma das Audiências Públicas mais concorridas dos últimos tempos sobre essa matéria, da qual os senhores participaram. Tivemos mais de 25 entidades, ou pessoas físicas, que se manifestaram sobre o tema. Esta Presidência tem tido um cuidado muito grande, em duas oportunidades, essa matéria teve fase recursal na Presidência da Casa, determinei a suspensão do Processo para que se pudesse ouvir a Procuradoria, a Comissão de Justiça, para garantir o debate que esta Casa sempre garantiu a qualquer tema, especialmente este tema de enorme responsabilidade.

Agradeço a presença de todos e suspendo a Sessão para as despedidas.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h21min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h23min): Estão reabertos os trabalhos.

 

A SRA. MARIA LUIZA (Requerimento): Boa-tarde, ao cumprimentar o nosso Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo, quero solicitar a inversão na ordem dos trabalhos e a substituição, por motivos de saúde, do nosso Líder de Bancada, Dr. Goulart, na homenagem aos 30 anos da FASC, na qual eu irei realizar o pronunciamento, parabenizando toda a atividade da FASC.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento da Verª Maria Luiza. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 30º aniversário da Fundação de Assistência Social e Cidadania – FASC, nos termos do Requerimento nº 084/08, de autoria do Ver. Dr. Goulart, Processo nº 5581/08.

Convidamos para compor a Mesa: a Srª Carla Zambiasi, Chefe de Gabinete, representante da Presidente da Fundação e Assistência Social e Cidadania - FASC -, Srª Brizabel Rocha; convido, também, o querido amigo, Sr. André Imar Kulczynsky Diretor-Presidente da PROCEMPA; Major Médico José Oiticica, representante do Comando Militar do Sul; Srª Célia da Silva Pinto, Presidente da Associação dos Funcionários da FASC.

A Verª Maria Luiza, em substituição ao proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Excelentíssimo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo; Srª Chefe de Gabinete, Carla Zambiasi, representante da Presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania, FASC; nossa Presidente, Brizabel Rocha; Sr. Diretor-Presidente da PROCEMPA, André Imar; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, demais autoridades presentes, senhores representantes da imprensa, senhoras e senhores; é com muita alegria e com muita satisfação que realizamos aqui, no início desta semana, esta homenagem em prol de uma instituição, de uma entidade que tem toda uma conotação de Secretaria no nosso Município de Porto Alegre, que é a Fundação de Assistência Social e Cidadania, FASC, que comemora 30 anos de existência em setembro de 2008, motivo pelo qual a nossa Bancada, através do nosso Líder, Dr. Goulart, requereu este período de Comunicações para homenagear a entidade pelo curso desta data tão importante.

A FASC é uma Fundação de direito público vinculada diretamente à Prefeitura de Porto Alegre e tem como responsabilidade a formulação, o gerenciamento e a execução da Política Municipal de Assistência Social. Criada pela Lei Municipal nº 4.398, de 13 de julho de 1977, a entidade inicialmente denominava-se Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC - e começou suas atividades em setembro do ano seguinte. Sua primeira função foi gerenciar os Centros de Comunidades e Esportivos implantados pela Prefeitura a partir de 1969 e que, entre 1973 e 1977, passaram a ser administrados em convênio com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS.

Em 1985, o trabalho da Fundação começou a enfocar o atendimento a crianças na fase pré-escolar, na saúde, os idosos, e também na prevenção.

Em 14 de abril de 1994, a Lei 7.414 transformou a FESC em entidade de direito público. A nova denominação – Fundação de Assistência Social e Cidadania – foi adotada em junho de 2000. Desde então, a FASC desenvolve programas e serviços para a população em vulnerabilidade social obedecendo à Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS -, criada no nosso País em 1993. Os Centros de Comunidade passaram a ser chamados de Centros Regionais de Assistência Social, e os abrigos e albergues são mantidos sob a gestão da Fundação.

Atualmente a FASC empenha-se na implantação do Sistema Único de Assistência Social, que prevê uma organização participativa e descentralizada à semelhança do Sistema Único de Saúde, com a implantação de 39 Centros de Referência da Assistência Social, que são os CRAS, até 2012, esta é a projeção, que serão responsáveis pelo atendimento básico e por programas como o de atenção integral às famílias, inclusão produtiva, ProJovem, adolescente, convênios para os idosos e ações socioeducativas para crianças e adolescentes.

Aproveitamos a presença da nossa Diretora Carla Zambiasi, que está representando a Brizabel, para registrar aqui, com muito apreço, o nosso carinho, a nossa atenção a toda direção da FASC, a todos seus funcionários, que, incansavelmente, se dedicam com amor, com atenção e com respeito à população que tem maior vulnerabilidade social na nossa Cidade. Mais uma vez, Carla, leve aqui da Câmara Municipal o nosso forte abraço, o nosso reconhecimento por este trabalho tão importante para um futuro melhor para a nossa Cidade. Que Deus abençoe todos vocês!

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Luiza, quero parabenizar V. Exª, que traz aqui esta homenagem - que foi solicitada pelo Líder da Bancada do PTB, Ver. Dr. Goulart, que está com um problema de saúde. Que Deus ajude que ele se recupere o mais rápido possível! Em nome da Bancada do PDT, fica aqui o nosso abraço, o nosso reconhecimento pela trajetória de 30 anos desta entidade que presta um relevante trabalho social; fica aqui o nosso reconhecimento e o nosso abraço também aos funcionários da FASC que se encontram aqui hoje, e transmitam o nosso abraço a todo o pessoal da FASC. Esperamos que continuem com esse belo trabalho. Obrigado, Vereadora.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Obrigada, Vereador. Deixamos aqui o nosso forte abraço, o nosso respeitoso e carinhoso afeto pelo trabalho que a FASC desenvolve, e contem sempre conosco nesta Casa. Parabéns. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero me somar à proposição do Líder do PTB, que hoje está sendo representado pela Verª Maria Luiza. A Casa, na sua inteireza, cumprimenta esta entidade assistencial por este momento. A questão social é um desafio enorme para qualquer Governo em qualquer cidade. Esta entidade merece o respeito de todos nós pelo carinho e pelo zelo com que trata os jovens, as crianças, os adultos e os velhos. Portanto recebam um abraço muito grande.

Suspendo os trabalhos para as despedidas. Muito obrigado pela presença de vocês. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h32min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h33min): Estão reabertos os trabalhos. Quero pedir escusa à Diretora Carla; houve um equívoco no encaminhamento, e quero lhe pedir desculpas, a senhora teria direito à palavra. Portanto quero lhe franquear a palavra para que V. Sª possa fazer a sustentação, porque eu me atrapalhei aqui no roteiro.

A Srª Carla Zambiasi está com a palavra.

 

A SRA. CARLA ZAMBIASI: Boa-tarde a todos; não há problema, Ver. Melo, Presidente desta Casa, na verdade nós estamos aqui representando, hoje, a nossa Presidente, Brizabel, que, neste momento, está fazendo a sua prova de Mestrado na PUC, e queríamos, na verdade, agradecer muito ao Ver. Dr. Goulart, que, também, por infelicidade, em função de um problema de saúde, não pôde se fazer presente hoje aqui. Pode-se dizer que a FASC está com a sua estrutura inicial trabalhando há mais de 30 anos na cidade de Porto Alegre e hoje, aqui, está representada não somente por nós, mas por um grande número de funcionários que se encontram aqui na Casa, representados pela Presidente da Associação dos Funcionários, Célia Pinto. Gostaria também de dizer que muitos desses funcionários, principalmente os funcionários celetistas, já vêm há 20, 25 anos, alguns começaram lá no início, quando a FASC ainda não tratava das questões da assistência social. Então é muito bom a gente poder contar com esses funcionários que fazem o dia-a-dia da FASC, pegam junto no pesado, trabalham, não têm hora e somam juntamente com os novos funcionários que entraram depois, os estatutários; os CCs entram junto com as novas gestões e formam, assim, um grande grupo de trabalho. Vocês sabem que a Assistência Social é uma área muito difícil de se trabalhar na Cidade. Que bom que a gente tem esse grande grupo de pessoas destemidas que nos ajudam a fazer tantas construções. A FASC mudou muito ao longo desses 30 anos - antiga FESC, agora FASC -, e está mudando mais. Estamos implantando o SUAS em Porto Alegre, reordenando os abrigos. O Ação Rua está dando encaminhamento para as nossas crianças que estão nas ruas; o abrigo para mulheres com filhos que está sendo criado, também, enfim, uma série de projetos que estão acontecendo, de forma que a FASC ainda vai crescer muito daqui para frente. Queria deixar, então, registrado o nosso agradecimento em nome de toda a direção da FASC a esta Casa, ao Dr. Goulart, à Verª Maria Luiza; obrigada pelas palavras, a senhora, que é assistente social e conhece tão bem essa causa. Uma boa-tarde para vocês, até a próxima.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado, Carla. Mais uma vez, peço escusas pelo equívoco da Presidência. Solicito ao Ver. Claudio Sebenelo que assuma a presidência dos trabalhos.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Guilherme Barbosa.

 

(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16; nós estamos vivendo um momento de extrema importância em nossa Cidade em função das eleições municipais, e é costume, neste pequeno espaço de tempo de três meses, que todo cidadão possa se expressar, possa se identificar, possa viver o que mais chamamos e prezamos, a democracia. É natural que, por exemplo, nós, Vereadores, tenhamos o nosso Partido, e os trabalhadores desta Casa também têm identificação com alguns Vereadores, ao contrário do que acontece no Executivo Municipal de Porto Alegre. Nós denunciamos, no início da Gestão Fogaça, a perseguição política que aconteceu neste atual Governo, quando as pessoas se identificavam através do seu bóton ou de seu adesivo. Nós aprovamos nesta Casa o fim do assédio moral, que acabou protegendo todos os cidadãos e cidadãs que se consideram perseguidos ou até mesmo injuriados com algumas coisas que acontecem injustamente. E agora mais uma vez recebemos, nobres colegas Vereadores, uma denúncia de que funcionários públicos municipais estão sendo ameaçados, estão sendo carimbados exatamente porque estão se identificando com um Partido político ou com uma determinada posição nesta Cidade.

Nós estamos aqui, elogiamos inclusive a identificação de certos trabalhadores desta Casa em se manifestar livremente a favor de um ou de outro Partido, de um ou de outro candidato, mas quando o Governo Municipal não percebe, não reconhece, não dá o direito ao funcionário público de ele se identificar para o seu Partido ou para o seu candidato, sinceramente voltamos atrás e estamos vivendo um período de ditadura. É uma tamanha irresponsabilidade que essa empresa - que entrou no serviço público de Porto Alegre para gerenciar os PSFs por uma licitação suspeita - agora pressiona os trabalhadores da Saúde, porque se identificam com outro candidato ou dizem que o seu é outro que não o do atual Governo.

Temos que respeitar o direito de livre expressão, que é o discurso de todos os colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa e é universal. Mas infelizmente temos algumas pessoas que não percebem neste período em que vivemos que até é salutar as pessoas se manifestarem livremente pelo seu candidato. E de que adianta, então, termos votado aqui o Projeto de Lei do fim do assédio moral, inclusive sancionado pelo Governo Municipal, uma Lei em vigor, se isso não está acontecendo?!

 

O Sr. João Bosco Vaz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu estou atento ao que V. Exª está dizendo, mas não é a candidata do seu Partido que diz na televisão, todos os dias, que, para ter o apoio do Governo Federal, tem que votar nela? Isso não é assédio? Ou é um constrangimento?

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: O Ver. Bosco tenta desfocar o discurso deste Vereador. Para puxar um pouquinho sua memória, Ver. Bosco, se eu for funcionário público do Município, colocar uma estrelinha do PT e for trabalhar, eu sou carimbado, como alguns foram recentemente, quando este Governo assumiu, e muitos deles empurrados ao porão da amargura. Este é o verdadeiro assédio moral, irresponsável!

Pois está acontecendo de novo na área da Saúde; as pessoas não podem se identificar! E nós queremos aqui, Ver. Garcia, fazer um pedido a V. Exª, que é Líder do Governo: que ligue para o Diretor-Geral da Secretaria da Saúde e diga que a Sollus não tem esse direito de reprimir os trabalhadores da Saúde. Por si só poderá estar acontecendo em outros lugares. Mas isso não é justo, não é legal, porque, dessa forma, não estamos deixando o cidadão exercer o direito da sua cidadania.

Por isso fazemos esse apelo ao nobre Líder do Governo, pedindo que interceda junto à Secretaria da Saúde, para que não aconteça mais isso.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Aldacir Oliboni.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo e nobre Ver. Claudio Sebenelo, presidindo esta Sessão; nobres Vereadoras e Vereadores, público que nos assiste; antes de entrar no tema propriamente dito, quero colocar a minha convicção sobre os assédios, seja lá o que for. Isso é um retrato do uso excessivo de CCs hoje pelos Partidos políticos nas Administrações Públicas. Se todo funcionário fosse admitido por concurso público, com seus direitos, não teríamos essas perseguições e assédios que a nossa política sofre há mais de 20, 30, 40 anos. Isso não é de hoje, se é que existe; sempre existiu.

Quero trazer um artigo que o jornal Zero Hora publicou: “As Leis que Não Saem do Papel”. Eu gostaria, se possível fosse - mas não tenho mais tempo em Comunicações para isso -, de discorrer sobre esse anacronismo das nossas Administrações Públicas quanto ao Executivo, Legislativo e Judiciário. Sabemos todos da fragilidade desses três Poderes, sendo o maior o Poder Legislativo. E, ao dizer “as leis que não saem do papel”, vem a denegrir muito mais, Sr. Presidente, a imagem e a força igualitária dos três Poderes. Nós estamos afeitos aqui, nobre Líder da base governista, Ver. Professor Garcia, a fazermos e aprovarmos leis, leis às vezes aprovadas por unanimidade, sancionadas de pronto pelo Poder Executivo, e elas não serem regulamentadas. O jornal Zero Hora nos traz esse fato hoje, e isso não é só no Município de Porto Alegre, é em todos os Municípios, é uma cultura política do nosso País, no Estado e na União. Entre essas leis, está a dos desmanches. Tínhamos uma Comissão com o Projeto andando, um Deputado colocou o Projeto no Estado, foi aprovado e sancionado, mas, até hoje, ninguém está fazendo nada. Está no jornal. Então há falta de regulamentação. O monitoramento de presos, também aprovado por unanimidade no Governo do Estado, não está sendo colocado em prática pela falta da regulamentação. A blindagem dos bancos: parece que agora, segunda-feira, é o limite para a regulamentação, mas há mais 40 dias para se cobrarem multas dos bancos que não fizerem a blindagem. Projeto aprovado, sancionado pelo Executivo. Uso dos capacetes: um Projeto de minha autoria, aprovado por unanimidade aqui na Câmara, e também falta regulamentação da multa. Dos PMs temporários do Estado: essa está em vigor, só que ninguém quer se candidatar para receber 660 reais por mês, colocar a vida em risco para, três anos depois, ser demitido.

Quero me ater ao último item, que fala no amparo a vítimas e familiares. É uma Lei aprovada por unanimidade, que diz que todo cidadão que for vítima, ou tiver um familiar vítima de um foragido da Justiça, seja ressarcido pelo Estado, porque é um delinqüente do Estado, sob a guarda do Estado, que comete o crime. A maioria dos crimes hoje é cometida por presos em liberdade provisória, albergados, situações assim.

Solicito tempo de Comunicação de Líder, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: A justificativa dessa Lei é que traria como benefício maior atenção às vítimas e seus familiares. O Governo afirma que o Estado não tem condições financeiras, Ver. João Antonio Dib, nem estruturais de atender às indenizações por perdas físicas ou morais dos familiares de um pai de família ou de um filho que fica órfão e o culpado é o Estado. Não tem subsídios! Mas a que estamos assistindo hoje neste Brasil afora, com essa caravana que chamam de anistia [Comissão da Anistia], essa caravana da indecência? Essa caravana da indecência percorrendo o Brasil todo por um único objetivo: engordar mais esta republiqueta com abastados pelo dinheiro público do Estado. Não atinge os soldadinhos que foram para a Guerra defender a democracia em 1946 e até 1988, mas são copiosamente remunerados, recebendo, a vida toda, os salários que o nosso povo sofrido paga, sem desconto do Imposto de Renda, que todo o nosso assalariado ou aposentado paga, sem precisar descontar os 11% do INSS que todos os nossos trabalhadores, por mais humildes que sejam, pagam! Esta republiqueta anômala, dentro desta grande República brasileira, tem esses privilégios. E agora caminha de cidade em cidade buscando mais adeptos, porque esse, sim, é um assédio inconcebível, Ver. Luiz Braz. Esse é o maior assédio político e moral que a cidadania brasileira está sofrendo neste momento! Buscando adeptos em torno de indenizações; adeptos políticos, sim, porque tem o abrigo do Ministério da Justiça; o Ministro da Justiça caminhando junto com essa Lei que privilegia apenas uma minoria.

Mas eles querem ser maioria, para terem impacto político, terem condições financeiras para exercer essa política torpe. Porque uma lei que não abriga todos os brasileiros, para mim, não é lei, é uma lei anômala. Agora esses aqui que sofrem, vitimados, por ser arrancado um pai de família do seu lar, um filho, para esses não há dinheiro, como diz aqui na reportagem do jornal Zero Hora de hoje. A esses não há condições financeiras, para que sejam atendidos no seu legítimo direito! Mas aqueles que, num passado muito próximo, se diziam contra, ao dizerem que foram perseguidos, não precisam nem provar! É uma Comissão anômala, que tem direito de defesa do Ministério Público; são indenizados, são apaniguados, são procurados para que tenham o seu quinhão. Uma indenização até a morte, até os últimos dias, paga por um Brasil de hoje que nada teve a ver com aquele Brasil de ontem.

Os nossos filhos que vão trabalhar hoje é que vão ter que arcar com essa anomalia, em busca de uma adesão, de um desfile de compatriotas que buscam o quê? Buscam privilégios inadmissíveis para uma República honesta e justa para seus filhos. Estou emocionado, sim, isso me revolta; revolta, porque eu quero, no mínimo, trabalhar para deixar que os nossos filhos, nossos netos, tenham uma pátria justa. Agora, esses apaniguados, essa republiqueta, essa filiação indecente de indenizações em detrimento daqueles que merecem, eu não posso aceitar, e nunca aceitarei e nunca haverei de transigir do meu direito de denunciar.

Sr. Presidente, emocionado, encerro este discurso. Mas que as leis têm que sair do papel, elas têm, sim. O correto, republicanamente falando, Verª Neuza Canabarro, seria que essas leis tivessem um prazo para serem regulamentadas, um prazo firme em que, se não fossem regulamentadas, o ônus seria do Executivo ou da sua Secretaria. É inadmissível: leis aprovadas por unanimidade, sancionadas, muitas com festa, e até hoje não saíram do papel. E não é somente esta aqui, que diz respeito à Segurança Pública, que não resolve o problema, mas ajuda a resolver, e não é nada regulamentado.

Gostaria que, no futuro, os nobres Pares desta Casa vissem bem essa anomalia das leis do nosso Município que, uma vez aprovadas, sancionadas, não são regulamentadas. Muito obrigado pela atenção dos senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. José Ismael Heinen.

Estão presentes no plenário da Câmara de Vereadores alunos da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Médio Inácio Montanha e os Professores Marcelo Mello, Rosilene e Carmem Dal Logo. Esta atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve com as escolas da cidade de Porto Alegre. Sejam bem-vindos e muito obrigado pela visita de todos vocês. (Palmas.)

A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; saudamos também os alunos do Projeto Sessão Plenária do Estudante que estão conosco nesta tarde. Eu ouvi atentamente, no período de Comunicações - onde a FASC, nossa Fundação de Assistência do Município, foi homenageada -, a fala da representante e das intervenções feitas, as quais eu esperava que tivéssemos algumas notícias, especialmente frente à situação dos moradores e crianças de rua na cidade de Porto Alegre.

Ocorre que, em 30 de maio deste ano, a Presidenta Brizabel apresentou uma pesquisa à nossa Cidade, Verª Maristela - Presidente da Frente Parlamentar da Infância e da Juventude na nossa Casa -, de um estudo que foi realizado, quantificando a população de rua na cidade de Porto Alegre. Foram 847 pesquisados em vias públicas e 356 pessoas que estavam em algum tipo de hospedagem ou albergue em Porto Alegre. Apresentada essa pesquisa, Ver. Garcia, com todas as dificuldades implementadas que foram mostradas, inclusive na área da drogadição, desde 31 de maio, eu não ouvi, e esperava ter ouvido hoje, nenhum programa, nenhum projeto do Município de Porto Alegre que desse conta do atendimento a essa população. Mais do que isso, foi apresentado um levantamento também pela FASC dizendo que diminuiu o número de crianças de rua na Cidade, Verª Neuza Canabarro, Presidente da nossa Comissão de Saúde, mas, para o nosso espanto, aumentou o percentual de crianças de zero a seis anos nas ruas da Cidade.

E hoje também, no período de homenagem aos 30 anos da FASC, eu não ouvi nada da representante da FASC, nenhum projeto, nenhum programa que desse conta dessa pesquisa realizada pela Fundação que apontou vários problemas não só em relação aos moradores de rua, mas especialmente em relação às crianças e adolescentes abandonados nas ruas da nossa Cidade. Eu esperava hoje encontrar pelo menos um projeto, um programa que desse conta dessa realidade. Não foi isso que nós, lamentavelmente, ouvimos neste plenário na comemoração dos 30 anos da Fundação de Assistência do Município de Porto Alegre, pelo contrário, nós temos recebido e percebido, sim, o aumento de crianças, meninos e meninas, nas ruas, o aumento da população de rua. Agora, há programa e projeto para retirar os moradores de rua, especialmente do Centro da Cidade, numa lógica de higienização da cidade de Porto Alegre, especialmente no Centro, mandando os moradores de rua para a periferia, para os bairros da Cidade. Nós não encontramos tantos moradores dormindo no Centro da Cidade, mas os encontramos na Vila Santa Rosa, na Vila Bom Jesus, moradores esses que estão sendo expulsos do Centro da Cidade e sendo colocados na periferia.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, obrigado pelo rápido aparte. Eu gostaria de dizer que, na semana passada, nós fizemos uma reunião extraordinária na CEDECONDH sobre esse assunto, porque a Brigada Militar está prendendo as pessoas, moradores de rua, simplesmente por estarem na rua, sem nenhuma acusação formal. É a política da higienização, que, aparentemente, tem concordância por parte da Direção da FASC. Obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Exatamente, Ver. Guilherme. Lamentavelmente, a gente tem visto uma postura da Brigada Militar que muito nos envergonha nos dias de hoje, porque acaba fazendo a criminalização em cima dos movimentos populares, dos movimentos sociais da nossa Cidade, como vimos na semana passada, a Brigada Militar batendo em trabalhadores, nos bancários, nos professores, excluindo as manifestações pacíficas na nossa Cidade, e também sendo usada, sim, pelo Governo Municipal para uma política de higienização da retirada dos moradores e moradoras das ruas da cidade de Porto Alegre, de uma forma completamente equivocada, sem trabalhar a questão e a perspectiva da ressocialização e o retorno dessas pessoas com programas e projetos adequados.

Para finalizar, Sr. Presidente, eu só quero aqui lamentar que nós perdemos uma grande oportunidade nesta Casa, no ano passado, quando fizemos uma Emenda no Orçamento, que dava conta de um programa de atendimento que trata justamente da drogadição, da questão do crack na cidade de Porto Alegre. Isso não foi feito, esta Casa se omitiu, e eu espero que no próximo Orçamento que está chegando a gente tenha ousadia e coragem de mudar, com certeza, esse quadro em que se encontram as crianças e os adolescentes e moradores de rua da nossa Cidade, com energia, com vontade para mudar, através das Emendas que nós precisamos fazer, e que esta Casa tenha responsabilidade com a população. Muito obrigada, Sr. Presidente, pela tolerância.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Verª Maria Celeste.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste; mais uma vez, infelizmente, Ver. Guilherme Barbosa, quero lamentar a arrogância do Cel. Mendes no caso do Banrisul, que aconteceu na quinta-feira passada. Aqui, nesta Casa, muitos duvidaram, mas as fotos do jornal Correio do Povo, as fotos do jornal Zero Hora mostram uma verdade inequívoca: a Brigada agredindo, e os trabalhadores se defendendo e tentando fugir da surra que a Brigada foi orientada a dar nos trabalhadores. Quero dizer que os bancários são amparados na Constituição, que existe o direito de greve, e eles estavam pacificamente conversando com seus colegas, evidentemente, tentando convencê-los a aderirem ao seu movimento. Estavam conversando com os colegas! Chamada pelo Presidente do Banrisul, Fernando Lemos, a Brigada chegou batendo, causando constrangimento aos próprios colegas brigadianos, conforme eles expressaram, Ver. Alceu Brasinha, no jornal Zero Hora de sexta-feira ou de sábado. Os próprios membros da corporação estavam envergonhados do seu colega, Cel. Mendes.

Então eu quero dizer que essa pacificação proposta pela Governadora Yeda e pelo seu colega, seu aliado, seu semelhante, Prefeito Fogaça, que ao invés de encarar, por exemplo, os desmontes dos carros, ou encarar os chefões do tráfico, Ver. Alceu Brasinha, que em qualquer vila as crianças sabem quem são pelo nome, onde moram, quais são os hábitos dos chefões do tráfico, isso o Cel. Mendes não encara, ele prefere bater nos trabalhadores e esquece que a ditadura já acabou. E vai ter que pagar, sim, o Governo Yeda, por essa postura que vem acontecendo sistematicamente na cidade de Porto Alegre. E é essa a pacificação do Prefeito Fogaça? Segundo ele, a pacificação só acontece quando ele está no poder, porque a guerra acontece quando nós estamos no poder, Verª Sofia Cavedon, uma oposição violenta, como aconteceu quando o Governador Olívio estava dirigindo o Executivo no Rio Grande do Sul. E aqui eu me lembro dos verdadeiros ataques do então Deputado Busatto, e aquela forma de oposição virulenta, sem nenhuma postura de civilidade. Agora, estando no poder, não suporta oposição, não pode haver oposição em Porto Alegre, não pode haver uma outra candidata que diga o seu programa, as suas propostas.

Só contrata, e essa é uma denúncia muito séria, artistas com carteira de identidade ideológica. Nós nunca fizemos assim, nós sempre tínhamos como critério a integridade e a qualidade do trabalho dos artistas. Quero citar aqui, como testemunha, Borghetinho, ou Luiz Carlos Borges, ou até Elton Saldanha, que nunca foram do nosso Partido, mas, que, pelo seu trabalho que era bom, que representava Porto Alegre, faziam parte da programação da SMC.

Também quero denunciar que muitos Cargos em Comissão do atual Governo aparecem agora nos programas de televisão, Verª Maristela. Cargos em Comissão, como se fossem artistas, dando seu apoio ao Prefeito Fogaça. Esta é uma voz, é uma arte um pouco em chapa-branca.

Quero dizer também que, infelizmente, funcionários da Secretaria Municipal da Cultura, que não se enquadraram nesses quatro anos no Partido do Prefeito Fogaça, são questionados, são inquiridos e pressionados pela Sub-Secretária Ana Luiza Fagundes. Isso não é pacificação. Isso não é respeito à democracia. Nós vivemos em uma democracia, e os funcionários têm todo o direito de ter o seu Partido, de cumprir com seu dever funcional e de expressar a sua posição partidária.

O Presidente Lula, como foi inquirido aqui pelo Ver. João Bosco Vaz, não questiona o Partido político da Prefeitura. Ele faz um Governo republicano. Trabalha com todas as Prefeituras do País, independente de Partido, desde que os Prefeitos cumpram com a sua obrigação de realizar, de forma muito bem feita, os seus projetos, uma vez aprovados. E assim deve ser. Ele está dando uma lição de democracia. Não importa o Partido, a Prefeitura que fizer os seus projetos, que der a sua contrapartida e trabalhar em convênio com o Governo Federal terá o dinheiro.

É isso que está sendo denunciado em Porto Alegre: uma falsa pacificação, uma pacificação que só pode existir quando se é Governo - mas eu não aceito jamais a voz da oposição. Isso Porto Alegre não pode aceitar. Com essa situação, Porto Alegre tem que se rebelar. E nós estamos nesta tribuna com toda a seriedade denunciando essa situação. Obrigada, Ver. Claudio Sebenelo.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigada, Verª Margarete Moraes.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, interessante o Partido dos Trabalhadores. Hoje, por iniciativa do Ver. Dr. Goulart, falou a Verª Maria Luiza, homenageando os 30 anos da FASC, fundada na Administração Guilherme Socias Villela, que vem prestando serviços à Cidade, sem dúvida nenhuma.

Aí a Verª Maria Celeste falou que tudo piorou, que as ruas estão cheias de crianças abandonadas, que os maiores são levados pela Polícia, mas, nesses 30 anos, por 16 anos, a FASC esteve sob o comando do Partido dos Trabalhadores, até Comissão de Inquérito foi feita aqui em razão da FASC, nesses 16 anos, e eu não vi a Cidade ser melhor do que hoje.

Ontem, eu ouvi o debate, e a Deputada Rosário dizia que, como Vereadora, criou o Conselho Municipal de Transportes. Antes de ela nascer, eu era Presidente do Conselho Municipal de Transportes. E aí falaram das câmeras de vídeo que estão estragadas. Mas quem é que impediu que as câmeras de vídeo fossem instaladas em Porto Alegre, se não foi o Partido dos Trabalhadores? “Porque os transeuntes estariam prejudicados na sua privacidade por serem observados pelas câmeras de vídeo.” Se tivessem usado, naquele tempo, nós teríamos mais experiências, poderíamos observar melhor e fazer muito mais pela cidade de Porto Alegre, mas é preferível dizer que estava tudo errado, que agora, aliás, está tudo errado, e que antes era tudo certo.

Quanto aos servidores municipais, eu sempre dediquei a eles profundo respeito. Eu sou um servidor municipal, mas eles não têm sido discriminados, não, pela atual Administração; eles estão lá, são servidores do Quadro, informando, inclusive, Vereadores aqui do Partido dos Trabalhadores sobre tudo o que acontece na Prefeitura. Eles têm mais informações do que o próprio Prefeito, mas são servidores municipais, exercendo as suas atividades, e, alguns, é claro, tinham Função Gratificada; perderam, mas isso é normal, pois trocaram os Partidos. Agora, não me falem de S. Exª, o Presidente Lula, ele não é um republicano, um democrata, não; ele é um indivíduo que sabe aproveitar, comprar consciências, acertar Deputados, acertar Senadores, aí não há democracia nisso. Não é por democrata que ele seja, porque é útil para ele fazer com que os Deputados dos mais diferentes Partidos, inclusive do meu, infelizmente, sirvam aos interesses do Governo. O Governo desprestigiou completamente o Congresso Nacional, que governa um País por meio de Medidas Provisórias, até para o Ministério da Pesca havia uma Medida Provisória. Agora, eu, realmente, todas as vezes a que assisto ao Canal 17 ou Canal 18, que são os canais do Senado e da Câmara Federal, ouço Deputados e Senadores reclamando da quantidade de Medidas Provisórias que são emanadas do Governo Central. Mas não vejo nenhuma medida do Congresso Nacional positiva no sentido de impedir o Presidente de governar o País por meio de Medidas Provisórias, que estão bem especificadas quando devem ser usadas na Constituição. Mas a Constituição é letra morta. O que interessa é conciliar os interesses do Lula, para que o PT possa exercer, na sua plenitude, a Presidência da República, e os negócios, negócios e negócios; “mensalões”, “mensalões” e “mensalões”. Portanto não vale comparar a Administração Municipal com a Administração Federal. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; sou integrante do Conselho de Governo do Estado, integrado pelos Partidos políticos, e tivemos a oportunidade de participar, no Palácio Piratini, de uma reunião ampliada do Conselho Político com os Srs. Deputados Federais e os Srs. Deputados Estaduais. Oportunidade em que se fez uma análise da crise internacional, tendo o economista Marcelo Portugal - e a área Fazendária do Estado - feito uma análise da crise que se instalou nessas últimas semanas, Ver. Ervino Besson, e que jogará, inquestionavelmente, para o ano que vem, uma recessão no mundo. As diferentes correntes do pensamento econômico internacional já colocam como inquestionável, indiscutível que o mundo, os países ingressarão em um período de dificuldades e de recessão. As previsões de crescimento, a economia no mundo vai desaquecer, por assim dizer. Nós vimos, nessa última década, um aquecimento da economia com níveis de crescimento; no Brasil, inclusive, nós experimentamos um razoável crescimento. Então nós enfrentaremos, no ano que vem, uma recessão que evidentemente baterá no País, no Rio Grande do Sul, enfim, nos Municípios. O País tinha uma previsão de crescimento na ordem de 5%; a área econômica especializada já coloca a possibilidade de crescimento de 3%. Isso terá reflexos em todas as áreas do País e fará com que os programas de Governo e, principalmente o Rio Grande do Sul, onde são instalados grupos de porte com investimentos, sejam reprogramados. E, nesse sentido, a Governadora do Estado está, evidentemente - e nem poderia ser diferente -, com as devidas cautelas, tomando providências no sentido de se enfrentar, no ano que vem, a recessão. E, quando se fala em recessão, está-se a falar em menor receita, menor arrecadação. A economia regula o tributo; poderíamos afirmar que a economia regula a receita pública. Diminuídos os investimentos e todo o processo econômico, conseqüentemente, com menos impostos, menos tributos, terá de ser reexaminada a despesa pública. E isso, inquestionavelmente, terá reflexos profundos.

De qualquer forma, o Estado do Rio Grande do Sul, através de seu Governo, de sua Governadora, está examinando todo esse processo, no sentido de buscar remédios para a crise. Claro que ainda não temos o tamanho da crise, mas, de concreto, já podemos avaliar que teremos recessão no ano que vem.

Então, é um dado preocupante e vai, também, ter reflexos diretos e imediatos na cidade de Porto Alegre. De qualquer forma, o Governo do Estado já vem tomando providências e adotando políticas capazes de fazer com que não haja, mesmo diante da crise, solução de descontinuidade em investimentos e obras importantes para o Estado. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; novamente, hoje, ouvi pronunciamentos contrários à postura do Coronel Mendes, Comandante da Brigada Militar.

Eu quero lembrar que nós precisamos é que esta postura do Coronel Mendes seja, realmente, uma postura de todas as autoridades, a essa altura dos acontecimentos. Porque foi exatamente o excesso de liberdade que foi pregado há alguns anos pelos Partidos mais à esquerda - que surgiam -, que fez com que a nossa sociedade entrasse numa rota que a levou a cair num verdadeiro abismo.

Nós tivemos a fragmentação das famílias, nós tivemos o uso indiscriminado de drogas, culminando agora com o maldito crack - que tem vitimado os nossos jovens -, nós tivemos a gravidez acontecendo na adolescência, ou praticamente no início da adolescência, para muitas meninas, nós tivemos a classe pobre crescendo, os problemas se acentuando na pobreza, tivemos discursos que tentaram mascarar tudo isso, houve discursos que tentaram fazer com que a população compreendesse completamente o contrário - que isso realmente levava a uma supersociedade -, mas o que a gente verifica é que esse excesso de liberdade, que foi pregado por alguns Partidos há algum tempo, levou, simplesmente, a nossa sociedade a uma ruína.

A sociedade atual, esta sociedade que foi construída por esses discursos antigos, e que, infelizmente, foram esquecidos no passado, porque eles têm que ser lembrados agora, pois foram exatamente eles a causa do aumento do uso de drogas, esse malefício às famílias. Esses discursos que pregaram esse excesso de liberdade têm que ser reprimidos, agora, pela autoridade que tem que se fazer valer.

As autoridades têm que ter essa postura que tem o Coronel Mendes. Ele não pode ceder! As autoridades não podem ceder, por exemplo, ao que está acontecendo hoje em nosso País. Por incrível que possa parecer, hoje, em nosso País, um pequeno grupo - o mesmo grupo que pregava, lá no início, o excesso de liberdade, que se dizia contra a ditadura de 1964 – começou, agora, Ver. João Bosco Vaz e Ver. Ervino, a enriquecer. E a gente vê que os atos que são anunciados de acordo com aquela anistia serviram apenas para enriquecer essas pessoas que não têm o mínimo pudor e, de repente, dizerem: “Não... Olha! Nós queremos é uma sociedade melhor. Nós queremos a pobreza melhor atendida”. Mas não é assim; eles estão na verdade se servindo do País, eles estão aceitando esse enriquecimento de uma forma vergonhosa que nós vemos a - cada vez mais - contemplar algumas pessoas que já foram expoentes da nossa sociedade. Vemos a viúva do Brizola, agora, recebendo ou prestes a receber também alguns milhões dessa anistia [Comissão da Anistia]. Vemos o Deputado Raul Pont, que já havia sido contemplado no passado, que vai enriquecer um pouco mais ainda por causa da anistia. Enquanto isso, tem de se observar o seguinte, Ver. Ismael: e a pobreza que era defendida por essas pessoas? Ou esse discurso que eles faziam para que a pobreza fosse diminuída era referente apenas à pobreza deles? Para que eles enriquecessem cada vez mais? Porque esse dinheiro que está enriquecendo milhares de pessoas, desses processos da anistia, poderia estar servindo para diminuir a pobreza, e ninguém fala nada! Fazem até festa para proclamar que algumas pessoas vão receber milhões dessa tal de anistia. E tudo isso, Ver. Elói Guimarães, é com relação àqueles líderes antigos, os mesmos que pregaram o excesso de liberdade. E esse excesso de liberdade terminou exatamente assim: uma pequena casta - aqueles que pregavam - enriquecida agora, mas a população cada vez mais pauperizada.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Ver. Claudio Sebenelo na presidência dos trabalhos; caros colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, quero saudar todos. A pedido do meu querido colega, Ver. Brasinha, que manda aqui um recado e, ao mesmo tempo, um abraço ao novo Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, Duda Kroeff; estou transmitindo aqui na tribuna o recado.

Ouvindo os pronunciamentos de alguns nobres colegas Vereadores aqui desta tribuna, às vezes, me pergunto se as críticas, Ver. Elói Guimarães, que foram ouvidas agora há pouco ao atual Prefeito, como as que fez o Ver. Oliboni... Quem conhece o Ver. Oliboni sabe que ele não é uma pessoa de criticar da forma como ele criticou hoje o atual Prefeito de Porto Alegre. Se houve um Prefeito, ao longo da história desta Cidade, que tratou os Vereadores, independentemente de Partido político, com tanto respeito, foi o Fogaça. Foi muito injusta essa crítica feita pelo Ver. Oliboni e também por outras pessoas que criticaram o Prefeito. O Ver. Oliboni disse que alguns funcionários do Quadro, quando colocam alguma simpatia ou alguma crença num Partido político, quando são descobertos pela Administração atual, são tratados de uma forma diferenciada. Isso não é verdade. Desculpe-me, Ver. Oliboni, mas nós temos esse convívio com as Secretarias e afirmo que isso não acontece em Porto Alegre! Não sei por que o Ver. Oliboni traz isso aqui nesta tribuna; não é assim que funciona a coisa, não é assim.

Penso que temos que fazer política de uma forma diferenciada; porque a Cidade necessita do apoio de todos os Partidos políticos para que tenhamos, sim, uma cidade melhor para todos nós.

Quero destacar aqui, meus colegas Vereadores, que, no último final de semana, no Amparo Santa Cruz, dentre mais de uma dezena de belas meninas, foi escolhida a rainha da próxima Festa do Pêssego da Vila Nova. Uma bela festa no Amparo Santa Cruz! Eu quero destacar aqui o extraordinário trabalho do Sindicato, do Cleber Vieira, Presidente; do Luciano Bertaco, Vice-Presidente, enfim, de toda a equipe, de toda a Direção do Sindicato, com a colaboração da entidade Amparo Santa Cruz, do Padre Almarinho, que também estiveram naquela festividade. Foi uma extraordinária festa! Mas o que deu para sentir, Ver. Elói Guimarães, foi a satisfação, a alegria dos produtores, porque eles estão sentindo que há o incentivo do Governo. Isso é o importante! O Governo Fogaça fez um extraordinário trabalho junto aos nossos produtores. Vamos destacar aqui o trabalho da SMIC, da Direção do Sindicato, dos associados do Sindicato e também da Câmara Municipal, que, sim, deu a sua parcela de colaboração, Ver. Sebenelo. Foi uma grande festa no Amparo Santa Cruz! E deu para sentir que vai ser uma grande festa essa que ocorrerá nos próximos dias, a Festa do Pêssego na Vila Nova, onde os produtores têm condições de colocar os seus produtos, de fazer uma grande festa e de ter o retorno financeiro para investir na sua área produtiva. Isso é resultado de um trabalho da Prefeitura, da Câmara Municipal, do Sindicato, dos associados e das entidades. Vários Partidos políticos se envolveram nessas festividades. É assim que a Cidade cresce, é assim que se faz um trabalho para enriquecer, para beneficiar a nossa Cidade, como no caso dos nossos produtores. Fica aqui, em nome da Bancada do PDT, o nosso reconhecimento pela grande festa, pela organização, pela escolha da rainha. Não foi fácil para os jurados escolherem a rainha e as duas princesas dentre todas as meninas que participaram do concurso – foi mais de uma dezena –, que eram muito bonitas. Tudo isso demonstra a credibilidade e o trabalho sério da Prefeitura juntamente com o Sindicato, com os produtores. Parabéns, Cleber Vieira, do Sindicato, pela sua Presidência e pela sua Vice-Presidência, sua Diretoria, porque sozinho dificilmente faria um trabalho dessa magnitude. Mas ele agregou os apoios, e hoje o Sindicato Rural de Porto Alegre demonstra um trabalho sério, como o de uma grande família, trabalho que conseguiu unir, sim, de uma forma muito positiva, de uma forma muito leal, todos os nossos produtores. Muito obrigado, Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Ervino Besson.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente dos trabalhos; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores; eu sempre acho que cada um defende o seu quadrado. E o Ver. Luiz Braz é dez nisso, tem uma qualidade fantástica para defender o seu quadrado e tentar destruir a parede do quadrado dos outros. Ora, Ver. Luiz Braz, criminalizar os movimentos sociais, responsabilizá-los pela questão da gravidez na adolescência, pela questão da drogadição?! Que coisa feia! O senhor é um homem tão inteligente, Vereador, me poupe! Nossa! Chega a doer na alma! Não dá, tem que respeitar um pouquinho a inteligência das pessoas! O que é isso? Ora, Vereador, cá para nós, o senhor que é do PSDB, do Serra, do Alckmin; do Fernando Henrique, aquele que vendeu a Vale do Rio Doce, que fez todas aquelas coisas maravilhosas para o nosso País, pelas quais estamos pagando até agora...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: O PSDB, não, Vereador; o senhor está mal informado. O seu Partido está junto com o Lula, aliás, tem um excelente Ministro lá, muito bom.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Pois é, Vereador, e nem isso nós deixamos passar, ao contrário de muitos que se afeiçoam a essas coisinhas pequenas e depois gostam quando as coisas são maiores, não é, Ver. João Bosco Vaz? Nessas coisas nós somos muito diferentes. Os fins não justificam os meios. Em nada, nem para fins eleitorais. Aliás, ainda se fosse para fazer uma revolução em algumas coisas, mas, como a gente sabe que é para fins eleitorais, e acabam... Nem vou falar porque ainda não tivemos o 2° turno! Mas aquele outro germe, fruto da ditadura militar, chamado Cel. Mendes, que, aliás, é um protótipo maravilhoso, que adora usar da covardia de estar paramentado e graduado, ele, que confunde autoridade com autoritarismo, ele se vale da arma, ele se vale do seu poder, entre aspas, para poder torturar. Aliás, há pessoas que, até hoje, falando em criminalização dos movimentos sociais, preferem aquela questão do leite em pó que esterilizou as mulheres do Nordeste a aprovar, aqui, Emendas, para ajudar na questão de nós termos políticas públicas para evitar a gravidez na adolescência. Conheço vários Vereadores que fazem discurso, aqui, e que votam assim - como a gente conhece as pessoas? É o voto aqui nesta Casa, é o discurso, na prática como eles fazem, como eles se referem. Então, eles acham que usar os seus cavalos, as suas armas, a sua força é ter algum tipo de educação, é dar algum tipo de exemplo. Isso nós não podemos aceitar, porque nós sabemos que são os monstros, nós conhecemos os discursos de cada um aqui e a sua prática, na realidade.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Ver. Ervino Besson, eu estou em Liderança, se não eu lhe daria um aparte. Aliás, o senhor, nesse aspecto das questões sociais, nós precisamos conversar sobre algumas coisas que também doem na alma. Depois, o senhor vai ter tempo para colocar as suas manifestações, pois essa atitude do Coronel não faz jus à história dos trabalhadores e dos trabalhistas, inclusive. Lembra daquele caso da rua que ia ser mudada, Vereador? Então, o senhor sabe do carinho que eu tenho pelo senhor. Mas, aqui, nós não concordamos em quase nada. Depois de amanhã, o senhor faz a sua réplica, não tem problema nenhum. Eu gostaria de terminar a fala, dizendo que os fins não justificam os meios em absolutamente nada, quando nós não passamos nenhum exemplo para a sociedade. E o que o Coronel Mendes fez não passou de uma barbárie, um abuso de autoridade, que é o perfil do seu Governo. Ele está travestido de autoridade e usa, com isso, o seu autoritarismo para bater, para machucar. Ele não consegue ter diálogo. E isso é grave, isso não deixa absolutamente nada para nós como exemplo. Eu posso dar um outro exemplo, aqui, se vocês estão achando que eu estou batendo muito na extrema-direita que é representada aqui nesta Casa. Nós, durante o período eleitoral, tivemos várias acusações: que a Manuela era jovem demais, que era concurso de beleza. Hoje, o que nós estamos vendo? Hoje, nós vemos no outro lado da ponte fotos como esta, que serve. (Mostra a foto.) Está lá. Uma pessoa que eu defendo, apóio, subo no palanque e faço campanha para ele, e torço por ele. Não vou falar, aqui, para não prejudicar, apesar de não ser o Município, torço por este rapaz, ele vai ser um grande Prefeito...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Alceu Brasinha.)

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Não, não é o seu candidato, e eu também não vou falar o meu, Vereador. Mas, lá, quem viu essa foto sabe, lá serviu; aqui, para bater na nossa candidata. Por isso que eu digo que em nada os meios justificam, quando é para deixar as pessoas arrasadas, e hoje Porto Alegre vai pagar caro por isso, porque eu acho, sinceramente... Na semana que vem eu falo, viu, Vereador. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª Maristela Maffei.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Presidente, a Verª Maristela sabe que eu tenho um respeito e um carinho muito especial por ela, agora eu gostaria - pela história da Brigada Militar, porque hoje o Coronel Mendes representa uma instituição histórica na Cidade - que V. Exª respeitosamente retirasse a palavra “verme” ao se referir ao nosso Coronel, em respeito à instituição Brigada Militar.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Ver. Ervino Besson, eu jamais me referi à instituição Brigada Militar; eu me referi à postura de um Comandante.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Não, V. Exª se referiu a uma pessoa, a um ser humano; V. Exª faltou com o respeito...

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Vereador, se o senhor acha que tem algum problema, o senhor que encaminhe para a Comissão de Ética. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha aqui pelas galerias e também aqueles que nos assistem pela TVCâmara; o assunto que eu trago hoje nesta tribuna é um assunto que nos entristece muito, e é um assunto bastante debatido nesta Casa, nesta tribuna, que é a exposição da nossa juventude à violência, como vítima e, ao mesmo tempo, como algoz da violência. O jornal Zero Hora de hoje publica mais uma vítima dessa violência. O jovem Igor Santos Carneiro, 18 anos, estudante de Direito da PUC, vítima de uma festa de bebida liberada no espaço da Associação dos Funcionários do Inter – e conheço, pois ali são feitas festas de Centros Acadêmicos, dos DCEs, para arrecadar dinheiro de formatura; um espaço para mil pessoas, onde colocaram quase três mil pessoas no sábado. Nesta madrugada, tivemos mais uma vítima desses absurdos que estão ocorrendo na noite de Porto Alegre, em que nossos jovens evidentemente são os que mais freqüentam a noite da Cidade e estão mais expostos. Ora, em uma festa ocorreu essa tragédia, e não foi encontrado ainda o responsável. Festas que são feitas sem um responsável, sem que houvesse a obrigação de contratação de “x” seguranças, para que garantissem o evento com a maior tranqüilidade. Esse jovem foi vítima, e não sabemos a quem responsabilizar. Não tenham dúvidas de que nós queremos nos posicionar fortemente contra essas festas de bebida liberada. Hoje o jornal Zero Hora também publica que já caíram os números de pessoas que são notificadas, multadas por terem bebido, e justamente pela diminuição da fiscalização. Quero debater esse assunto nesta Casa, porque acho relevante.

Assumi aqui em janeiro de 2005, e minha primeira ação, como Vereador, foi protocolar o pedido de criação de uma Comissão Especial para que ajudássemos o Poder Executivo numa grande fiscalização às casas noturnas da Cidade, porque estávamos presenciando, naquele momento, uma grande tragédia que ocorreu em Buenos Aires, em que ocorreu até o impeachment do Prefeito. Eu acho que este é um assunto importantíssimo para o qual a Cidade merece dar uma atenção especial. Até quando serão feitas vítimas jovens devido ao descaso da fiscalização, ao descaso de uma legislação que faz com que os eventos realmente não tenham a segurança necessária?

Eu quero fazer um grande repúdio à falta de fiscalização que está ocorrendo e a esses eventos feitos de maneira irresponsável. Hoje ainda não encontramos os responsáveis desse evento, porque não há uma pessoa jurídica. Hoje temos uma vítima que encerrou sua vida aos 18 anos! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Maristela Meneghetti está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, duas questões trazem-me à tribuna nesta tarde - o Ver. Professor Garcia estava dizendo que eu estou muito tagarela hoje. Mas não dá, Ver. Professor Garcia, para se calar diante de algumas falas que se ouve neste plenário, e há necessidade, obviamente, de que possamos fazer o contraditório e mostrar de fato a verdade.

A primeira delas - espero que o Ver. João Dib esteja acompanhando meu pronunciamento em seu gabinete – diz da criação do Conselho Municipal de Transportes Urbanos na cidade de Porto Alegre, um tema que foi motivo inclusive de um debate entre os candidatos a Prefeito da nossa Cidade. Aqui eu trago a Lei Complementar nº 318, que cria o Conselho Municipal de Transportes Urbanos na cidade de Porto Alegre, Lei de autoria da então Verª Maria do Rosário, promulgada e sancionada no dia 28 de março de 1994, pelo Prefeito Tarso Genro; registrada e publicada pelo então Secretário do Governo Municipal Raul Pont. Então alto lá! Vamos com calma! Quero mostrar inclusive para a TV Câmara a Lei que criou o Conselho Municipal de Transportes Urbanos. (Mostra a Lei.) E, de fato, de autoria da então Verª Maria do Rosário.

A segunda questão, que eu acho extremamente oportuno esclarecer – eu disse na minha primeira fala – sobre a ação da Brigada Militar. Quando nós falamos aqui... Eu quero deixar bem claro, Ver. Brasinha, que não há nenhuma manifestação contrária à nossa querida Brigada Militar. O que existe de nossa parte, e vai existir, é uma manifestação, sim, contrária ao Comando da Brigada Militar, especialmente ao Coronel Mendes, que tem usado de truculência, que tem usado de um abuso de autoridade nas suas questões, especialmente no que diz respeito aos movimentos sociais da nossa Cidade. Não dá mais para calar ao ver trabalhador apanhar, como na semana passada, mulheres professoras, que estão nas manifestações, machucadas, sangrando por abuso de autoridade! Não dá para permitir que isso esteja acontecendo com a nossa valorosa Brigada Militar, que é modelo para o País de trabalho em relação a várias questões, especialmente à da segurança. Não dá para ficarmos calados e vermos a Brigada Militar, o Batalhão de Choque sendo comandado pelo Coronel Mendes, fazendo a reprimenda que fez aos bancários, na manifestação legitimamente democrática, na cidade de Porto Alegre. Eu pergunto: o que fizeram de errado os bancários, os professores e as professoras da Cidade, quando queriam se dirigir ao Palácio Piratini e fazer a sua manifestação contra um Governo que está aí massacrando o trabalhador? O que há de errado nisso? Vivemos num País da democracia! Vivemos num País da liberdade de imprensa, da liberdade de participação! E isso nós temos, sim, como exemplo para o País! O Estado do Rio Grande do Sul é um exemplo nessas questões, e, lamentavelmente, o que nós presenciamos na última semana foi exatamente o contrário: uma Brigada truculenta, que bate em trabalhador e em trabalhadora, porque o Comando assim o quer e assim o faz!

O que nós precisamos, Ver. Brasinha, é de mais dois mil homens na cidade de Porto Alegre para combater o crime organizado que existe na Cidade! Para combater, sim, os criminosos, os bandidos que estão soltos, que vivem nas comunidades, na periferia, fazendo briga de gangues, matando inocentes, assaltando o trabalhador, matando pessoas que estão na nossa Cidade à mercê da bandidagem! É isto que nós queremos, esta Brigada Militar voltada, sim, para o combate ao crime, aos marginais da Cidade e não para bater em trabalhador em suas manifestações, legitimamente adquiridas ao longo da história. Este País tem história, este País lutou muito pela democracia, e é nela que nós queremos viver! E queremos, sim, a nossa Brigada Militar, leal e valorosa, combatendo os criminosos e apoiando, sim, a reivindicação dos trabalhadores e das trabalhadoras do nosso Estado.

Portanto o nosso repúdio, sim, Ver. Alceu Brasinha, ao Comando da Brigada Militar, não aos trabalhadores da Brigada Militar, porque eles estão obedecendo a um comando de voz - erroneamente, no meu entendimento - especialmente, nessas manifestações. Muito obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª Maria Celeste. Apregôo o Memorando nº 117/08 do Ver. Beto Moesch para a Presidência, pedindo a representação da Casa ao lançamento do Projeto Promovendo Políticas de Construção Sustentável na América do Sul, a se realizar do dia 15 a 17 de outubro, conforme o convite em anexo, na cidade de Buenos Aires. Esse anúncio é feito em função de um Requerimento para custeio de viagem em representação ter sido aprovado em 6 de outubro de 2008 e faltava apenas ser apregoado, através desta Presidência, para o conhecimento dos Vereadores.

O segundo Requerimento que apregoamos agora, nos termos do art. 218 do Regimento da Casa, é a Licença para Tratamento de Saúde da Verª Maria Celeste do dia 14 de outubro de 2008 ao dia 16 de outubro de 2008, com o competente atestado médico profissional.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, ouvi atentamente as diversas manifestações e quero fazer algumas colocações relativas ao que foi colocado. Primeiro, em relação à questão das crianças de rua. Ora, toda a Cidade sabe que a pesquisa que saiu mostrou que Porto Alegre teve uma redução de 40% no número de crianças e adolescentes em situação de rua, ou seja, houve uma diminuição de mais de 200 crianças em situação de vulnerabilidade. Isso é bom? É bom, mas ainda está longe de ser aquilo que a população quer, porque, na realidade, o que nós gostaríamos é que não existissem mais crianças em situação de rua pela Cidade. E também sabemos que mais de 40% das crianças que hoje vivem nas ruas de Porto Alegre não são oriundas daqui - e é importante dizer isso -, mais de 40% são crianças que moram no entorno. Através desse trabalho de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, já é possível detectar em cada um dos semáforos da nossa Cidade quem são as crianças e qual é o seu Município. E, na medida em que o Município as identifica, é feito um contato com o Município limítrofe, que manda uma viatura, recolhe a criança. Só que, na maioria das vezes, no outro dia, essa criança já está, novamente, aqui em Porto Alegre pedindo esmola, achacando. E por que isso? Porque não se pode pegar a criança, confiná-la e prendê-la. E, além disso, muitas dessas crianças têm o atrativo da rua, porque são vitimizadas em casa; muitas delas foram assediadas sexualmente no seu lar, e muitas vivem num trabalho de escravidão, sendo obrigadas, no retorno, a trazer um recurso financeiro. Existe um problema bem mais grave do que, simplesmente, querer retirá-as dessa situação. Mas eu quero salientar que os esforços foram feitos e continuam sendo feitos, porque mais de 200 crianças foram retiradas das ruas de Porto Alegre. Isso é algo para ser saudado, mas queremos dizer: “Isso é bom”, bom porque diminuiu, mas ainda precisamos continuar, de forma ativa, minimizando, para que possamos um dia, sim, não ter mais crianças em situação de vulnerabilidade na nossa Cidade. Em relação à questão que o Ver. Aldacir Oliboni colocou, da perseguição, e usou o termo “assédio moral”, nós, pelo menos, não recebemos nenhum dado dessa informação. Gostaríamos, inclusive, que o Ver. Aldacir Oliboni nos dissesse quais foram os casos, porque nós temos condições, aqui, de averiguar isso. Acho que isso é importante, senão fica sempre denúncia por denúncia, e vou utilizar um termo: é uma “denúncia vazia”. Quando foi constituído o Governo Fogaça, as pessoas que estavam em suas funções e aquelas que entraram tiveram o livre arbítrio. Que bom! A Verª Maria Celeste há pouco falou aqui da questão da importância da democracia. Eu fico bem feliz com aquelas pessoas que têm a sua escolha partidária, acho que isso é importante para a democracia. Mas em momento algum vi alguém ser perseguido, pelo menos agora, por isso. Nesses três meses e nesse período do 2º turno, o que nós temos notado na campanha? Uma campanha sem agressão física, uma campanha de divergências, sim, uma campanha de diálogo, mas, no fundo, o que se busca são idéias e a construção de uma Cidade melhor. É por isso que, mais uma vez, Porto Alegre é a grande referência do Brasil nessa questão política, porque aqui se luta por posições e convicções ideológicas, por aquilo que se quer e aquilo que se busca para melhorar a Cidade e a realização do seu povo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Guilherme Barbosa. (Pausa.) (Após a apuração eletrônica.) Onze Vereadores registraram presença: Ver. Ervino Besson, Ver. João Bosco Vaz, Verª Neuza Canabarro, Ver. Dr. Raul, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Luiz Braz, Ver. Adeli Sell, Ver. Alceu Brasinha, Ver. Elói Guimarães, Ver. Elias Vidal e Ver. Nilo Santos.

Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.       

 

(Encerra-se a Sessão às 16h01min)

 

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